De ontem pra hoje esta fazendo um sol incrivel, com uma temperatura incrivel! Incrivelmente não tenho aula essa semana, a babà està disponivel quase todos os dias o dia todo, o que também é incrivel, pois em condições normais de pressão e temperatura (frio do cão e aula tão cedo que mais parece de madrugada) nada disso acontece. Incrivel também é eu não poder sair pra bater perna, pois a casa ja estava agonizando por uma faxina e as roupas todas nos cestos da vida.
Mas bom, antes passar o dia no tronco com as portas e janelas abertas, de blusa de alça do que o contràrio.
Sobre o post anterior, o que eu acho um desaforo é a pessoa ja chegar fazendo afirmações. Tipo, eu poderia ser paquistanesa, conchinchinesa, falar espanhol da carochinha ou qualquer outra coisa, afinal de contas 'somos todos iguais'. No entanto, nem todo paquistanês é muçulmano. Eu conheci uma que era cristã e por isso não precisava usar véu, mas a 'pessoua' super entendida ja chega querendo mostrar que 'sabetudo'.
Outro dia nesses, numa outra aula qualquer vieram comentar comigo que conheciam 2 meninas que estavam no BR pra aprender protuguês. Uma em Salvador e outra no Rio. Quando eu respondi que era de Minas a menina ja fez uma cara de interrogação. Quando falei que era entre a Bahia e o Rio ela vira no automàtico e diz: sim, eu sei, é perto da floresta!?!?!?
-Isso, juntinho com os macacos!
Um outro cidadão veio puxar papo e jà começou meio que afirmando que quem fala português entende espanhol. Concordei descordando, e quase provoquei a terceira guerra mundial.
Na hora dà um desânimo sabe, porque normalmente essas bobagens não saem da boca dos imigrantes saidos dos confins do Judas.
Outra coisa que não me entra na cabeça é a necessidade de fazer perguntas desnecessàrias durante a aula. Durante aquela super explicação o sujeito para a aula pra perguntar o porque da coisa.
- Por que que em francês o A tem x sons diferentes?
- Porque Deus quis.
-Porque numa frase X, Y e Z devem seguir esta ordem?
-Porque Deus quis.
- Mas em conchinchinês a gramàtica não é assim.
- Deve ser por isso que você està aqui, afinal, conchinchinês você ja sabe!
Nessas horas eu adoro é a maneira direta que os franceses tem no geral. Pois em determinadas situações não é falta de educação, nem grosseria... em determinadas, claro. As portas do tram se fecham automaticamente, caso haja algum bloqueio não fecha e nem anda. O chato é que sempre tem um taioba que fica colocando a mão. A porta não fecha, o tram não anda e a vida fica la, parada.
- Madames e monsieurs, aqui é o vosso condutor. O tram andando ou parado eu recebo meu salario normalmente no final do mês. Decidam se querem ficar aqui o dia todo ou desbloqueem o fechamento das portas. Muito obrigado e tenham um bom dia.
Além do pragmatismo adoro a formalidade, agora que estou acostumada com ela. Afinal ser chamada de madame pra quem vem de um pais onde tal termo é pejorativo, pode ser estranho no começo!
Ouvindo Amel Bent - Où je vais (Onde eu vou?)