sábado, maio 02, 2009

Os vizinhos, o equilibrio e eu

Esse post não é pra falar dos meus vizinhos, que por sinal não são nem de longe equilibrados.
Desde quando Bebedocinha ainda morava dentro da minha barriga, um coisa era certa pra mim, o lance do "chorou, deixar chorar" não faria parte da nossa vida. Mas (sempre tem um mas), o marido não pensava igual a mim. Pra ele, se a barriguinha tava cheia e as fraldas vazias, o lugar do bebê era na cama, pois colo demais causaria a tão temida manha.
E todo dia quando Bebedocinha chorava e eu logo saia correndo era a guerra. Ou se eu estava fazendo alguma coisa, sempre tinha que parar, pois raras eram as vezes que ele ia "salvar" ela do chorinho por conta de solidão, carência, desconforto e qualquer outro motivo pelo qual os bebês choram.
No começo eu brigava muito. Todos os dias. Muitas vezes por dia. Depois eu cansei de brigar. Percebi que ele não mudaria e isso faria o relacionamento ficar impossivel, além de transferir todo meu nervosismo pro bebê.
Fiz uma lista de motivos pelos quais não se deve deixar um bebê chorando, decidi e informei o marido que não pediria ajuda com nada e também que continuaria firme com minha decisão: se ela precisasse ficar nos meus braços o dia todo pra que não chorasse, assim seria.
Quantas vezes eu almoçei ou jantei com uma mão so, ou apenas engoli qualquer besteira ràpido, ou mesmo fiquei sem comer pra não deixa-la chorar. Quantas vezes passei o dia, ou a noite embalando a Bebedocinha pra salvà-la de algum desconforto inexplicàvel. Quanta dor nos braços, nas costas, nas pernas. Muitas foram as vezes que a ùnica coisa que eu queria era ir ao banheiro, ou arrumar a cozinha, colocar roupa pra lavar, ou pra secar.
Cortei as unhas curtas, parei de passar esmalte. Cortei o cabelo bem curto, pintei de uma cor quase no tom natural, pra que assim não demorasse nada ao lavar e pudesse secar bem ràpido também, pra não correr o risco de ouvi-la chorando quando desligasse o chuveiro ou o secador. Fiquei varias vezes sem lavar, nem secar e até sem pentear.
Muitas foram as coisas que eu quis, precisei e deixei de fazer, pra evitar o chorinho dela e o meu, pois quando eu e o marido por acaso brigamos me desabo em làgrimas. Não faço idéia de quantas noites eu deitei e simplesmente não conseguia dormir de tanto cansaço, ou quantas as vezes chorei em silêncio pedindo a Deus que me ajudasse a superar com sucesso aquele começo tão difìcil.
Aos poucos, bem timida e discretamente o marido começou a ter mais atenção. Passou a ficar mais pròximo da Bebedocinha, começou a me ajudar efetivamente, percebeu que ela e eu precisavamos que ele fizesse mais e aos poucos fomos encontrando um certo equilibrio, ou pelo menos o que algo com cara de equilibrado.
Mas o que os vizinhos desiquilibrados tem haver com isso??? Do meio do mês pra cà o tempo deu uma melhorada bem consideràvel, sol amarelinho com temperaturas quase honestas. Nisso passamos a sair mais e os vizinhos também. E exatamente na semana passada, todas as vezes que saimos alguém vinha falar conosco, elogiar o bom bebê tranquilo, perguntar como faziamos pra ter um bebê que não chorava, que a menininha da casa da esquina chora que se ouve daqui, e aqui eles até se esqueciam que havia bebê novo por perto.
O marido simplesmente todo orgulhoso a cada elogio recebido.
Em outros tempos eu teria tripudiado e sapatiado, pois a métade do caminho cheio de pedras eu fiz sozinha. Mas não.
Eu não tinha a minima intenção de postar isso, mas de vez em quando o desabafo é muito necessàrio, pois a gente vai perdendo a noção. Olhar pra nossas vidas e ter apenas nos mesmos como referência é muito perigoso.
Bebedocinha ainda tem seus dias de chatisse cor de rosa. As vezes so quer colo, as vezes fica no tapete mas so se estivermos la junto com ela. Normalmente nesses dias que não cochila nem por 3 minutos seguidos.
Mas mesmo em dias assim ela responde a cada sorriso que eu dou apòs cada movimento que ela faça, afinal, ela não tem motivos pra outra coisa diferente disso, pois aqui em casa se o bebê chora nos não deixamos chorar.

18 comentários:

  1. Entendo a dificuldade que vc sentiu/sente, não faço idéia do que seja, mas ja vi acontecer com uma amiga minha que esta na Italia, mas em outras circunstancias... E ela desabafava exatamente assim, nos e-mails que ela passava pra gente, no MSN... eu mesma criei o meu blog pra isso, pois na dificuldade de falar sobre o que eu sinto para as pessoas ( e isso é bem real pra mim) acabo me saindo bem melhor escrevendo....

    E nós estamos aqui extamente para ler esses desabafos.. ;)

    Bjokas linda.

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  2. Laura,
    O melhor de tudo é poder olhar pra tras orgulhosa das tuas escolhas..
    aqui em casa eu e o meu marido, tambem divergimos na maneira de criar o filhote, discutimos e na maioria das vezes consigo convence-lo de que colo-amor-carinho-atenção nunca é demais... Mas algumas vezes, nesses picos de cansaço, noites sem dormir, amamentaçao a livre demanda, cheguei a pensar que talvez não estivesse no caminho certo. No meio desse desequilibrio, pouco a pouco íamos encontrando o equilibrio... mas aí já vinha outra fase do pequeno e mudavam todas as regras... hahhaha.
    Uma coisa é certa:
    bebê docinha vai se orgulhar sempre da mãe carinhosa e amorosa que ela tem (e isso não tem preço).
    um beijo. Flavia
    (ops... me empolguei.)

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  3. me lembrei daquela velha história: o MEU filho ganhou o concurso/tirou nota boa/fez qualquer coisa legal, agora o SEU filho quebrou o vaso/chutou a vizinha/qualquer coisa ruim.
    Minha mãe também nos criou sozinha pois meu pai trabalhava muito e como você escreveu quando vem elogio se inflava todo, como se fosse mérito exclusivo dele.

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  4. Laura nao sei como esse povo aguenda deixar bebe chorando... Ok... ok... ok... nao serei hipocrita em dizer que toda vez que Manrique chorava eu saia correndo, mas o que ele fazem pra mim é crime, mana nem te conto. Chorou? Pra mim é chamego imediato!!

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  5. Ahhh, por isso é que temos o lindo Dia das Mães!
    E é muito mais festejado do que o dia dos pais, né mesmo!
    Você é que nem eu - chorou tava lá!
    Espero que um dia elazinha retribua todo esse amor e atenção.
    bjs cariocas

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  6. Muito lindo seu relato, Laura. Até me sinto orgulhosa, como se você fosse minha filha, como sua Mãe deve estar ao ler aqui. Isso se chama maturidade. Claro que contar e a gente ler nem de perto registra o que você passou. Mas esse prazer que agora você sente tem que existir, mesmo. Eu não deixava meus filhos chorarem, mas também nem sempre podia correr pra atendê-los. Mas foram criados com atenção e carinho. Que bom que você entendeu que brigar nunca é solução e o mardo também entendeu e entrou no esquema. Podem se orgulhar. Vocês são ótimos pais e Bebedocinha será uma pessoa muito feliz.

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  7. ACHO QUE A MAIORIA DE NÓS CRIA BLOGS PRA SUPERAR ALGUMA COISA, DO CANSAÇO A DEPRESSÃO TODAS TEMOS O QUE FALAR, E TALVEZ "OUVIR" O QUE OS BLOGS TEM A DIZER SEJA MUITO MAIS INTERESSSANTE DO OUVIR O NOTICIARIO
    BEIJOS NA FAMILIA, E OLHA, TENHO A IMPRESSÃO DE QUE VC FEZ UM EXCELENTE TRABALHO, E É MESMO MUITO MAIS DIFICIL CONVENCER OS MARIDOS DO QUE CARREGAR OS BEBES NO COLO...KKKKKK
    BJ

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  8. Que delícia de post, menina! Aqui em casa também foi e é essa a minha política... e ouvi oh quanto ouvi observaçoes mais ou menos diretas sobre minha maneira de fazer. Agora que o Lucas está maiorzinho (quase 3 anos!) ouço os elogios com o mesmo ouvido que você...
    mil bjs!
    Mais tarde eu apliquei a regra(até os 2 anos): quando quer atençao, falar, ouvir, qualquer coisa, ele era a prioridade. Eu parava a conversa ou o que fosse. Assim ele nao tinha que chamar atençao de outro jeito. Agora tá randinho e já entende um "pera aí que eu escuto isso e já vou".

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  9. oi... leio sempre teu blog, porque goto da meneira de escrever e dos desabafos sentidos... cá em casa também divergimos muito na meira de encara a educação e crescimento do pikachu... eu estive com ele até aos 18 meses ( sortudos, nós, né!!:)) e também larguei muita coisa para atender meu refilão, nites e dias em claro porque ele sempre ( ainda hoje) dormiu pouco. Mas acho que há um tempo para tudo, e a bebedocinha ainda está na fase de muito colinho e carinho, quanto às manhas... olha depois logo se tratam. O nosso pikachu disso não se pode queixar, e hoje digo, com orgulho, que o pai consegue ser pior que eu:))))... e agora ( o pika tem quatro anos) sou eu que lhe digo para o largar da mão que ele tem que ir aprendendo a lidar com as suas frustações. Porque colo nunca lhe falta:))))... aliás, somos pais galinhas com muito orgulho!!
    Bejos nossos e força nesta caminhada.

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  10. Oi, tudo bem? Primeira vez no seu blog, gostei muito. Tenho uma bebezinha de três anos, pra mim será sempre uma bebê. Ela não chorava muito quando era novinha. Muito pelo contrário, dormia bem, a noite inteira, mas eu também não deixava chorando. Até hoje, o pai, que não mora comigo, diz que tenho de deixá-la mais livre, para ser mais independente, mas eu gosto de ficar perto da minha bebezoca. Gosto quando ela dorme comigo, ou quando deita na minha barriga para assistir desenho. É uma delícia e essa fase passa tão rápido. Bjos e boa semana pra vocês.

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  11. Que bom que você também não concorda que deixar os bebês chorando seja uma boa opção. Se nós, "gentes grandes", temos nossos dias de manha, porque os bebês também não podem tê-lo, né? E chorar sozinha é muito ruim, além do que chorar muito dá a maior dor de cabeça... imagine que pecado! Quando eu tiver meus 215980 filhos também não vou deixá-los chorando, não!

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  12. Olá!
    Laura, lendo seu post eu fiquei muito emocionada. Pois parece que as mães sempre fazem mesmo o que é certo, né? E fazem também o serviço pesado...Imagino o quanto foi duro cada noite em claro, cada dia com a sua pequena nos braços...E o quanto deve ser maravilhoso vê-la crescendo feliz!
    Parabéns, guerreira!

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  13. Laura, sei bem o que é isso de às vezes não conseguir sequer pentear o cabelo, ir ao banheiro... Mas essa atenção toda que damos tem seu preço. Letícia agora pesa mais de 9 kg, e não aguento ficar o tempo todo com ela no colo, como ela quer. Tenho feito o exercício de deixá-la sozinha um pouco, e quando ela chora fico perto, conversando, mas sem carregá-la. A cada dia ela consegue ficar mais tempo sozinha, tem dormido melhor e por mais tempo (durante o dia), Dói ouvi-la chorar, mas nós duas precisamos acostumar a ficar um pouco mais longe...

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  14. Oi Laurinha, adorei o seu post de hoje... às vezes fico a me imaginar como farei o meu papel de mãe. Tenho muito medo das críticas, que inevitavelmente virão. Rezo para que Deus me dê bastante sabedoria!

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  15. Que maezinha voce é!

    Acho muito bom ler estes posts, me ajuda a refletir sobre o papel de mãe, sobre que tipo de mae quero ser.
    Um beijo

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  16. Parabéns pela coragem e dedicação!
    Eu penso bem diferente mas aprendi a admirar e respeitar as decisões de cada qual.
    Congratulações uma vez mais!

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  17. tenho que te apresentar pros meus vizinhos... ;)

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  18. Laura,querida...que lindo o desabafo!
    Nos primeiros meses de vida,o bebe precisa mesmo ser acalentado quando chora pra que ele se sinta seguro e amado.Depois dos 6 meses a gente ja pode deixar chorando um bocadinho p ele ir se acostumando a dormir sozinho e nao associar a de comer com a hora de dormir e fica na dependencia,por exemplo.Mas,cada uma faz como quer e como acha certo,ne?E no final,tudo tb da certo c poucas diferencas!
    O meu marido era o primeiro q corria qdo a Ana chorava,acredita?Queria q ela se sentisse "protegida".Mas,foi aos poucos q ele se achegou mais a ela(alem das horas q ela chorava e ele corria p acalentar)e agora e um amor roxo mesmo...rs,rs,rs.A relacao dos pais c os bebes e um pouco diferente da nossa c as nossas crias.

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