Eu comentei uns posts ai abaixo que Bebedocinha seria filha unica. Eu confesso que tenho um pouco de pânico quando vejo muita criança junta, correndo, gritando, caindo, chorando, enfim, fazendo coisas que crianças normais fazem.
Foi um post escrito no calor da coisa, haviamos acabado de sair daquela agitação toda, passamos num shopping pra fazer sei là o que, enquanto o marido dava uma volta com a Bebedocinha eu escrevi meio que pra dar um oi.
Mas foi legal ver as curiosidades dos possiveis motivos que todas vocês colocaram e questionaram, as tentativas de me convencer do contrario e tal.
Parei para analisar um pouco mais a fundo o que me leva a não querer outro bebê de jeito nenhum.
A festa foi tudo de lindo, organizado, a aniversariante é uma fofa. No entanto a mãe, que fez tudo, teve ajuda da cunhada, da vizinha, da amiga e de num sei mais quem.
Pra uma festa a gente consegue. Minha mãe fez festinhas pra mim e minha irmã, sempre e sem ajuda de ninguém, na época que microondas, freezer, bolo por encomenda, pai participativo eram coisas so de rico. Ela passava a madrugada fazendo bolo, enchendo balão, arrumando casa, cuidando de nos e no dia seguinte tudo dava certo.
Eu rebolei aqui no natal, Bebedocinha num daqueles dias que so queria colo, marido doente so espirrando de longe e eu na luta, no fim deu tudo certo. No entanto, eu não tenho uma gota de ajuda aqui. Num digo pra fazer festa, mas digo pro dia a dia.
Quem lê o blog a mais tempo sabe que minha gestação foi complicada, depois do quinto mês foi praticamente de repouso, internações, acompanhamento a domicilio, nem podia tomar banho demorado pra evitar de ficar muito tempo em pé.
Eu não tenho amigos aqui, os vizinhos são so pro "bom dia", a familia do marido nunca ofereceu pra vir lavar uma colher. Teve um dia que passamos na casa dos sogros depois de um pré-natal, eles moram no 4° andar e eu fiquei esperando no carro. Depois fiquei sabendo que a sogra disse que eu não ia là porque era fresca.
Poucos dias depois que Bebedocinha nasceu eles vieram almoçar aqui. A sogra passou o dia todo sentada, gritando com os netos e dando palpite furado. Minha mãe estava aqui, mas e ai, e depois. Bebedocinha também é neta dela.
Bebedocinha tem tio que nunca nem pegou ela no colo, mora a 10 minutos daqui e deve ter visto ela umas 3 vezes.
Outro dia vimos uma mulher com um bebê ali pelos seu 1 aninho e um recém nascido. Bem vestida, corpo "no lugar", sem olheiras, cabelo arrumado. O marido (louco pra povoar a terra) diz: olha là, se ela dà conta você também consegue.
Mas aqui a maioria da a formula de leite, se não da durante o dia, da a noite. O que pra mim que tive leite não é uma opção. Ter um bebê pra no quarto mês levar pra creche... sei la, posso estar errada e parecer inflexivel da cabeça pequena, mas não faz parte das minhas opções também.
Dar conta do rojão, eu dou. Mas meu medo é: se a proxima gestação for tão dificil como a primeira? Se minha mãe não puder vir ajudar quando o bebê nascer? Se eu (mesmo hoje) adoeço?
Outra coisa que eu acho importante é não ter idades muito distantes. Eu e minha irmã temos 6 anos de diferença, o que aparentemente não é muito, mas ja é o suficiente para pelo menor por enquanto nos fazer ter interesses bem contràrios.
Entra também a questão economica e profissional. Eu preciso voltar a estudar, dominar o idioma em todas as suas formas, terminar (ou recomeçar) a faculdade, trabalhar...
Dizem que a gente esqueçe tudo, mas por enquanto a amnésia ainda não chegou por aqui. Me recordo de cada detalhe dos seculos de enjoos matinais, tardinais, noturnais, madrugadais, dos 2 meses de contrações (falsas, mas que doem como as originais), de quando Bebedocinha era so uma recém-nascida-assassina-de-seios e das tantas coisas que rolaram meio a isso tudo.
Não quero com isso desanimar ninguém. Eu olho pra Bebedocinha e me sinto tão feliz que com certeza outro bebê seria felicidade em dobro, mas por enquanto vou olhar sò pra ela.