Começando por situar o local onde acontecerà a tragédia o filme: imagine uma cidade que existe desde alguns muitos séculos, ruas extremamente estreitas, calçadas de gigantescos 50 centimétros (as vezes nem tão grande), nessas mesmas ruas estreitas e calçadas minimas a circulação acontece nos dois sentidos e com estacionamento em um dos lados.
Gostou??? Não??? Quer mais??
Então imagine as lixeiras na frente de cada casa, e um pouco de chuva, e uma pessoa com hora marcada no oftalmologista a exatos 2 meses (rapido para os padrões locais), um marido que trabalharia o dia inteiro, uma Bebedocinha sem ter onde ficar e eu.
Agora ficou bom né!!! Então vamos là.
Sabe aqueles lugares desonestos, onde pra ir andando é longe mas pra ir de onibus da mais trabalho ainda, pois é, assim é da minha casa até o consultorio onde eu deveria estar as 15:30. Com o detalhe que o dia estava totalmente nublado, chovendo sem parar.
Primeira regra bàsica da sobrevivencia com bebês e crianças em geral: faça toda e qualquer catastrofe parecer uma grande aventura.
Bebedocinha, vamos viver uma aventura??? (Faça caras e bocas, muitas expressões de que a coisa mais importante do mundo esté pra começar).
Temperatura desonesta, capa do carrinho de bebê desaparecida, Bebedocinha empacotada com a roupinha tipo astronauta, com coberta de lã e gorro adicional, eu com carrinho, bolsa, sacola, casaco, sombrinha e sei la mais o que, uma pausa na chuva e là vamos nos.
A chuva mal esperou que chegassemos até a primeira esquina. Ai realiza uma pessoa empurrando carrinho, segurando sacola, desviando das latas de lixo e correndo.
Eu não nasci de rodas, então eu posso me virar sem a obrigação de ter um carro.
Sim, seria mais facil.
Mas quem disse que viver é facil.
Chegamos, ela com os olhos arregalados, sorridente, seca, se brincar até com calor.
Eu??? Ah, deixa isso pra la.... Na verdade rezando pra Bebedocinha dormir, ou pra oftalmologista nem olhar pra ela, pois estamos na fase em que se algum estranho brinca ela chora com lagrimas e tudo mais.
Depois de 45 minutos de atraso, chega minha vez. Cara (de pau), coragem e meia duzia de palavras decoradas, pra explicar a ela meus sintomas e ai.... fudeu, claro. Pois adivinha qual foi a primeira coisa que a oftalmo fez???? Sim e Bebedocinha se debulhou em lagrimas.
Quando ela percebeu que o choro não iria parar, começou o exame. Bem paciente com toda a situação, comigo e meu sotaque horrivel (pra num falar nos erros), Bebedocinha no meu colo senão ninguém ouvia nada, tentando pegar tudo que estava ao alcançe ou tentando alcançar o que não estava, e uma penca de exame.
Final das contas: oculos e reeducação ocular pois sofro de insuficiencia de convergência (a grosso modo quer dizer que os olhos não estão fazendo o angulo certo... uma especie de estrabismo).
Pelo menos o nome é chique e a "doença" num é tão grave. E todos viveram felizes (com a chapinha destruida, de oculos, fazendo musculação dos olhos) pra sempre.
Olá!
ResponderExcluirSei que deve ter sido o caos mas você contando é muito engraçado...
E musculação prus "zóio" ninguém merece!
Beijos para você e um aceno de longe para a Bebedocinha...vai que a pequena cai no choro...rsrsrs
Genteeeeeee, isso dá mesmo um filmaço!
ResponderExcluirCaramba, quando você começou a descrever a rua, pensei que estava falando de algum lugar aqui do Brasil, pois não podia imaginar que aí na França, pudessem parar em ruas tão estreitas, coisa que por aqui é super normal.
Realmente a coisa ficou difícil para a madame e ainda por cima a Bebedocinha está precisando urgentemente se socialibilizar, ou seja, ir para um maternalzinho e conhecer outros mini tiraninhos, pois você sabe que criança acaba virando isso, né.
Por enquanto é até copreensível, afinal ela está muito direta com você e, tadinha, não tem culpa, sofre quando vê muita gente.
Pelo menos você chegou lá, conseguiu o exame, mostrou que é uma mulher determinada e de fibra, nem a chuva, nem as dificuldades a impediram. Gostei!
Boa sorte, querida! Tudo vai melhorar, aguarde.
beijos cariocas
Laura,
ResponderExcluirMiguel estranhava todo mundo nessa idade, mas logo a Bebedocinha passa por essa fase e ai vao ser só sorrisos. E que aventura, hein? Chuva e menino pequeno sao incompativeis mesmo.
Beijos,
Liza
Laura, cada vez que você conta suas aventuras, praticamente sozinha em um cidade longe de todos, não podendo contar com marido o dia todo, fico pensando que as pessoas realmente conseguem superar as dificuldades,quando necessário.Você escreve muito bem e assisti ao filme de camarote!
ResponderExcluirSair de casa com chuva, até sozinha,pode ser sempre uma aventura. Com um bebezinho, então... Mas você é uma guerreira, vem provando isso há meses.
Sempre vale a pena. É a sua vida. Sua felicidade. Sua escolha.
Deus a abençoe e lhe dê sempre humor e ânimo pra seguir. A vida é bela. (Nome de filme...Mas sabe que nunca assisti a esse? Não me interessou, odeio guerra, nazismo, essas barbaridades.). Hoje, mais do que nunca,resolvi filosofar...Bj
Menina,
ResponderExcluirque aventura! deu pra imaginar cena por cena, do filme tragicômico.
Mas vem cá... A vó não pode mesmo dar uma força numa horas dessas???
ah. ok. esquece!
beijo
Fiquei cansada só de ler! Mãe precisa ter jogo de cintura e cara de pau mesmo, né?
ResponderExcluirAventura sim!!!! :)
ResponderExcluirSemana passada levei baby-jay no dentista comigo... Sufoco total também...rs...
Beijos,
Karenina
Isso muito bem... tá aprendendo a fazer graca da desgraca... assim que eu gosto. A proxima vez vou mandar uma chuva de granizo só pra testar tua capacidade de rir, viu? hahahaha
ResponderExcluirP.S: COnheco bem essas ruas... dirijo por elas todo santo dia... o que seia dos franceses se nao fosse minha maravilhosa lateralidade?
Laura que sufoco! Ah estou indo à Bordeaux no inìcio do mês, vamos marcar algo!!
ResponderExcluirbeijinhos,
Laurinha...adoro tuas aventuras com Bebedocinha. Fiquei iamginando toda a cena de vc correndo e desviando com o carrinho.
ResponderExcluirBjs
Caso necessite de um oftalmo brasileiro, tenho um ótimo para indicar, só por acaso é meu chefe, e paga meu salário, mas isto é só um detalhe... Precisando de alguma "dica" é só pedir..
ResponderExcluirRealmente não é grave, só terá de fazer os exercícios direitinho.
Que luta,hein?Mas,eu adoro ler as suas narrativas do dia-a-dia,mulher.A Ana Celina nao estranha ninguem e adora gente!!Mas,aos poucos vc vai "socializando" a sua baby e tudo dara certo.
ResponderExcluirAgora ja retornamos da viagem de 2 meses ao Brasil e aos poucos vou voltando c as visitas as blogs,ok?
Espero lhe ver na Franca no ano que vem...rs.
Amiga imaginei as cenas desse "filme" :)
ResponderExcluirBem, pelo menos tudo que vc tem pode ser resolvido, mas imaginei a bebedocinho chorando na cara do médico :)
Rs! Te entendo perfeitamente! Antes de viajar ao Brasil, tambem tive uma consulta com o oftalmo. O enfermeiro teve que ficar "brincando" com a Beatriz, porque o piti foi bravo...
ResponderExcluirMas nao tinha chuva, nao! Da' pra' fazer um curta com sua estoria!
Bjs!
Muito doce o seu texto. Cheguei aqui pelo concurso da Lola.
ResponderExcluirTambém sempre tentei fazer aventura das horas dramáticas com meu filho. Desde que era pequenino até hoje. A última vez que me lembro foi em Paris. Chegamos os dois de viagem, superatrasados e eu não tinha o endereço correto do hotel. Pegamos, trem, metro e depois fomos andando...não chovia, mas tinhamos que carregar as malas. Foi uma caminhada de meia hora, mas era a primeira vez do meu filho em paris, era domingo e as ruas estavam cheias. Dai transformamos o sofrimento em aventura e até hoje ele fala disso.