domingo, junho 01, 2008

O dia...

Hoje eu acordei com dor, muita dor nas pernas. Talvez por não ter saco de dormir com um travesseiro no meio das pernas, apesar de ter lido que é bom e saber (por experiência própria que a informação está correta).
Mas acordei também mal humorada e triste. Resolvi baixar musicas da época que dançava, não encontrei todas e me deu uma saudade enorme de um tempo onde a vida era difícil e eu achava que já era gente grande. Mas eu já era gente grande fazia muito tempo e a vida sempre foi difícil.
O Marido foi trabalhar e só volta depois das 10 da noite, como já era hora dele sair achei melhor fazer de conta que tudo estava bem. Quem sabe até eu acreditava nisso e faria que o dia que mesmo antes de começar já se mostraria totalmente ocioso rendesse algo.
Eu quero fazer uma escova no meu cabelo, mas como tenho medo de ficar sozinha prefiro não fazer barulho. Quero fazer minha unha do pé, mas como sei que para isso vou ter que apertar muito a barriga e consequentemente apertar a Docinha, então prefiro deixar como está.
Quero pintar o cabelo com a tinta sem amônia que eu comprei há semanas mas ando tão cansada de fazer as coisas eu mesma em mim. O cunhado-style é cabelereiro, mas não manuseia produtos que não sejam da linha que usa no salão dele. E a meleca da linha não tem produto sem amônia, alias ele nem sabia que grávida não pode pintar cabelo com tinta normal, nas clientes dele ele usa e mesmo se grávidas nunca teve problemas (ele acha que me convence).
Quero tirar uma foto linda pro projeto 365 dias, mas não consigo pensar em algo bonito. Quero comer fruta, no entanto o que eu tenho mais próximo disso é uma vasilha cheia de limões e a única coisa que abre hoje são umas “mercearias” e a mais perto está mais longe do que o meu animo de sair sozinha me permite fazer.
Já fiz suco, mas eu não quero beber, quero comer. E nada azedo, porque de azeda já basta eu e o suco.
Quero comer uma coisa gostosa, mas eu não sei fazer nada gostoso além de lasanha e strogonoff e isso eu já comi.
Quero falar com minha mãe mas ela não aparece na internet nem atende o telefone de casa. Mas é melhor assim pois mesmo pela net ela consegue saber se estou bem ou não. E vai me perguntar por várias e várias vezes o que eu tenho. Mas nem eu sei.
Quero ficar feliz e só emitir bons pensamentos e energias positivas pra Docinha, mas eu não consigo parar de chorar.
Quero identificar o motivo de ter acordado assim para conseguir reverter, mas eu também não consigo. Eu detesto me sentir assim, pois sei que tem tanta gente com problemas e problemas sérios e eu num consigo nem saber por que estou assim.
Não tenho uma mala de roupa pra lavar, muito menos pra passar, a grama do jardim está cortada, o banheiro está limpo, não estou com sono (mesmo se estivesse não iria dormir), não estou com fome, não estou animada a testar nenhuma receita pois já sei o que será o resultado, não quero ver televisão e não quero ler nenhum dos livros que eu trouxe do Brasil pois se eu começar sei que vou querer ler até chegar ao fim e depois não tenho mais o quer ler.

2 comentários:

  1. Laura para você sair dessa roda, dê ao menos uma voltinha no quarteirão. Ar livre nos faz um bem danado.
    Com carinho, Solange-Brasília

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  2. Oi, Laura. E eu aqui, ficando "agoniada" com sua agonia! Há pouco a lhe dizer...Vc só precisa se animar. Um pouco dessa sua apatia, claro, está ligada à gravidez, distãncia da família, problemas com cunhado-mala, e chega, que já é muito motivo, mas não pode se entregar. O negócio é sair, mesmo sem vontade, comer alguma coisa na rua - já que não quer fazer nada - e tentar se distrair. Leia, sim. Se o livro acabar, compra outro, vá a uma biblioteca, enfim, só depende de vc. As Mães sabem pela voz, a começar do "alô", como andam os filhos, sim. Não é o caso, preocupar a sua Mãe. Vc vai dar conta de vencer esses meses, e depois sua filhinha será uma deliciosa companhia. Fé em Deus, em vc e em seu amor pelo marido. Só isso já vale a pena. Abraço. (Ah, nem de longe sou um anjo, viu?)
    Lúcia Soares/Brasil

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