terça-feira, maio 13, 2008

A maturidade da saudade

Eu nunca tive medo de envelhecer, pois sabia que junto com marcas de expressão, possíveis fios brancos e outras “coisitas mas” viria experiência e serenidade.
Cada dia que passa e que passou em minha vida, sinto que foi tão útil e tão válido e por mais que não tenha feito 865 coisas em apenas um dia, esse dia valeu a pena.
Eu acredito em idade mental. Conheço pessoas que tem 40 anos (às vezes até mais) com nenhum problema de mental ou físico, que tem o comportamento que se espera de uma criança ou um adolescente irresponsável. E em contrapartida pessoas que com 18 anos já fizeram muito mais do que os próprios pais.
Eu não me vejo em nenhum dos dois extremos. Apenas sinto que minha maturidade chegou bem antes do esperado, mas em doses homeopáticas. Comecei a trabalhar cedo e não parei. Demorou um pouco a descobrir do que gostava por isso demorou um pouco até entrar na faculdade, mas isso foi apenas um detalhe.
Na verdade eu nem sei por que to escrevendo isso tudo, porque a intenção foi falar a respeito de outra coisa, como diz o titulo do post.
Desde que mudei pra cá tenho aprendido a lidar com muita coisa que já havia passado no Brasil, mas em situações menos intensas e muitas que eu nunca imaginei viver. De tudo o que mais aperta é a saudade.
Com o tempo o contato com muita gente vai se resumindo ou mesmo sumindo, vezes por culpa minha e vezes por culpa da vida que nos impõe isso como parte da mudança. Até pouco tempo queria ver, abraçar, estar perto, conversar olhando nos olhos de algumas pessoas.... continuo querendo isso tudo, mas não tem como.
Domingo foi dia das mães e eu queria muito ter abraçado minha mãe e passado o dia com ela. Mas não fiquei infeliz, enviei um e-mail pra ela e depois chorei muito ao ver que ela gostou e me mandou de volta, fazendo das minhas palavras, palavras do meu bebêdocinho.
Conversamos rapidinho a noite e depois que eu deitei fiquei pensando no sentimento saudade. Percebo que estou aprendendo (mas que ainda não aprendi) a sentir saudade. Fico muito tempo ociosa por aqui e fico lembrando de tanta coisa boa que passou, mas não com o sentimento de querer aquilo de volta, ou sofrendo por estar distante, apenas me sentindo bem por ter boas lembranças.
Lembro que quando era pequena, ela vinha todo o dia me acordar. Me pegava no colo, e dizíamos uma coisa bem baixinha no ouvido uma da outra. Já quis muito voltar a ser criança, mas hoje eu só queria lembrar o que dizíamos, pois sinto que era algo que ela fazia com muito amor.
Me sinto muito melancólica e depressiva nesses últimos dias, preciso pensar, escrever e fazer coisas mais divertidas. Seria legal descobrir algo divertido pra se fazer aqui.

2 comentários:

  1. Oi Laura! Eu de novo... nao é fácil mesmo ficar sem fazer nada... você já olhou na biblioteca da sua cidade? Às vezes eles tem atividades grátis, leitura de contos e coisas assim, bom para melhorar o francês...

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  2. Acho que a melhor coisa da saudade é a melancolia sem necessitar ser negativa. Curta bem esse lado "neutro" dela.

    Gostei de seu blog. Voltarei!
    Clarisse

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