sábado, maio 03, 2008

No feriado

E mais uma vez ela vai até a internet pesquisar alguma outra receita, diferente das que já tenha tentado fazer.
Encontra.
Descongela pela sabe lá qual vez o frango, mas dessa vez faz o molho. Ah, depois de uma semana tentando fazer as benditas coxinhas de frango, hoje vai dar certo.
Busca ânimo em algum lugar. E vai para a cozinha. Lê a receita umas quatro ou cinco vezes para não ter risco de errar ou esquecer alguma parte do procedimento. E mãos a obra.
Quase duas horas depois, já sentada, pois as costas e pernas reclamam, busca uma explicação ou pelo menos uma justificativa para mais uma vez não ter dado certo.
Desistiu de contar quantas vezes tentou e não deu certo. O tanto de ingredientes jogados fora. Olhando para o nada, em direção a cozinha tenta entender o porque de não conseguir.
O marido vai olhar o que está acontecendo, pois tanto silêncio não é normal. Lê a receita, mas não entende a metade dos termos culinários, ainda mais todos escritos em português. Pergunta a ela se fez tudo como diz a receita. Confere perguntando coisas especificas, confere se ela encontrou os ingredientes que correspondem e fica sem saber o que dizer quando ela diz que e até mostra que sim.
Ele sabe que ela está com vontade. Afinal ela não falaria tanto e não tentaria tantas vezes se realmente não estivesse com muita vontade. Percebe o desânimo dela, vai até a internet. Procura, procura, mas vê que não existe receita de coxinha em francês, não tem como importar coxinhas para a França. Mesmo porque, com tanta variedade de queijo quem vai querer coxinha.
Ela vê que ele quer fazer algo. Ele procura uma maneira. Mas não tem.
Ela disfarçadamente chora, não deixando que ele perceba, pois nem era pra notar sua tristeza. Chora bastante, primeiro de vergonha por não ter conseguido fazer. Depois de vergonha por ter ficado triste por uma coisa tão “inútil e sem importância”. E depois por saber que está com um desejo, grávidas tem o direito de ter isso. Ela não quer ver o marido saindo as 2:00 da madrugada em busca de abobrinha com chantilly, ou nenhuma outra coisa impossível de ser encontrada no primeiro mundo a qualquer hora que seja.
Ela chora pois só queria ter conseguido fazer e matar seu humilde desejo e passados vários dias e muitas tentativas não tem mais vontade de continuar tentando.

3 comentários:

  1. Oh minha linda nao chora nao... olha vem aqui que faco quantas coxinhas vc quiser. Deixo vc comer até explodir, tá bom???

    Enquanto isso: minha receita de coxinha é simples, mas requer muki (forca no braco). para vc ver se funciona legal com vc, pensa o mais simples possivel: um copo (qualquer copo, qualquer tamanho) de caldo de galinha (pode ser a água do cozimento da galinha, ou simplesmente Knor/Maggi diluido em água)para um copo de farinha de trigo e uma colher de manteiga ou óleo.

    Vc vai colocar esse caldo em uma panela com a manteiga ou o óleo. Quando ele estiver morninho, joga a farinha dentro e mexe... mexe... mexe... é ai que entra o "muki" pq vira uma bolota. Está pronta quando desgrudar do fundo da panela. Nao precisa desgrudar tudo. Experimenta na tua mao se já dá pra enrolar. Se tiver muito mole, acrescenta farinha... se tiver dura, um pouco mais de caldo!

    Comeca com essa quantidade pequena, pq se estragar é pouco material e vc pode ir ajustando. tenta ai e veja se funciona.

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  2. amiga...vai dar td certo...avisa qdo tiver dado certo, se não me avisa q te dou uma tb, viu?

    bjos

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  3. Se a receita que a Ciça te passou não ficar legal (acho que fica - ela cozinha para uma tropa!), pegue a receita no Pomodoro, blogue da Meiroca. Eu que não sou muito "prestimosa" deu certinho!! Boa sorte!! Não chore! Beijus

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